CAPÍTULO TRÊS - O CLIENTE
Do fetiche ao relacionamento de negócio.
É possível traçar um perfil desse homem?
É uma cena até comum em algumas ruas das principais cidades: garotas de programa ficam paradas na calçada, esperando alguém parar e contratar os seus serviços. E quem são as pessoas que procuram as profissionais do sexo? A ideia inicial era fazer um perfil do cliente das travestis com quem convivemos em Bauru, mas isso não foi possível. Simplesmente porque não há apenas um "tipo" de pessoa que as procura nas ruas.
Os clientes são homens de todas as idades. Ouvimos histórias de pai e filho, de senhor aposentado e até de menores de 18 anos que tentaram contratar os serviços das nossas entrevistadas. A maior parte delas não aceita fazer o programa com os "novinhos", por receio de problemas com a polícia. E também não pense que só os mais ricos vão procurar serviços sexuais pagos: há quem ganhe um salário mínimo por mês e reserva um dinheirinho para seu fetiche.
Sempre o mesmo pedido?
E fica ainda mais difícil traçar um perfil quando vamos ao assunto dos gostos e pedidos dos clientes. Não existe nenhum padrão definido e nem lógica quando a questão é sexo com travestis, e isso ficou evidente conversando com elas. Alguns procuram a parte ativa, preferindo penetrar a profissional do sexo e outros preferem a parte passiva, recebendo a penetração. Também variam os programas inusitados: de casal hetero querendo apimentar a relação a homens mais velhos querendo apenas conversar sobre o cotidiano, sem sexo. O certo é que os homens que vão às ruas procurando travestis sentem-se atraídos pelo que elas são, e não por mulheres cisgêneros, biologicamente dizendo (se não entendeu essa parte, leia o capítulo um - Sexualidades, Gênero e Orientação Sexual - clicando aqui)
- Lorem
- Ipsum
- Dolor